A Criação
de Personagens
Para quem tem problemas de desenhar ou criar
aspectos físicos ou representativos de personagens manualmente, pode utilizar
sites que promovem a criação de avatares ou representações em formatos de
desenhos, quadrinhos e mesmo de estilos conhecidos como South Park e a turma do
Charlie Brown, por exemplo. A maioria desses sites está em língua inglesa, e
muitas vezes precisam de uma linguagem em flash para serem acionados, mas se
seu celular ou computador, não suporta, pode haver aplicativos que também criam
avatares para celulares, do sistema Android. Deixarei exemplos neste artigo.
Sites
para criação de avatares para personagens ou mesmo mídia sociais:
Free
anime avatar maker (criador de avatares em estilo anime)
Build
Your Wild Self (construção de avatares meio humano e meio animal de você mesmo)
Portait
Ilustration Maker (cria um desenho randômico ou que você pode personalizar):
South
Park Avatar (criação de avatares personalizados ao estilo do desenho de South
Park):
Custom
Anime (cria avatares ou personagens ao estilo animes-mangás):
Criar
avatares de Lego:
Crie
avatares ao estilo dos personagens do Charlie Brown ou Snoopy:
Face Your
Manga (cria uma versão manga de vc ou personagem e manda por email):
Video criação de avatares para android:
Não
esqueçam de colocar em inglês as perguntas sobre o personagem criado:
1. Name (nome completo,
identificação)
2. Age (Idade)
3. Race (raça)
4. Sex (sexo)
5. Nickname (apelido)
6. Food (comida)
7. Like (gosta)
8. Dislike (não gosta)
9. Weight (peso)
10. Height (altura)
11. Job (emprego ou função)
12. Skills (Habilidades, capacidades)
13. Personality (personalidade,
comportamento)
14. Hobbies (coisa que gosta)
15. Family (família ou conhecidos)
16. Friends (amigos)
Características
básicas de criação de um personagem em uma narrativa.
Por
Sandro Massarani
"Bem,
ninguém é perfeito" Osgood Fielding III (Joe Brown) - Quanto Mais Quente
Melhor
Este
texto deve ser usado em conjunto com a Ficha
Básica de Personagem (PDF).
Um
personagem bem construído é fundamental para o funcionamento de uma história e
de sua narrativa. Um escritor deve, através do roteiro, saber criar personagens
marcantes que consigam provocar na audiência as emoções desejadas, sejam elas
de atração ou de repulsa, amor ou ódio, preocupação ou indiferença.
A
Necessidade Dramática
Talvez o
passo mais importante para a criação de um personagem seja o de saber qual é a
sua NECESSIDADE DRAMÁTICA. O que esse personagem quer na história? Todo
personagem precisa de um objetivo, caso contrário será apenas uma carcaça
vazia. Esse objetivo dramático não deve ser construído apenas para os
personagens principais, mas também para os personagens coadjuvantes. Além
disso, a motivação do personagem precisa ser convincente. O roteiro precisa
deixar bem claro a importância do objetivo para o personagem. É uma falha grave
fazermos o personagem atravessar toda uma história sem que haja uma forte
necessidade por trás de suas ações. A regra tradicional é a de que o personagem
precisa agir, correr atrás do seu desejo, e não ficar estático observando o que
acontece ao seu redor. Tudo deve ser obtido com sacrifício, para ter maior
valor. Geralmente, o personagem enfrenta no fim o seu maior medo, o obstáculo
supremo. Esse objetivo não precisa sempre ser algo externo. Pode ser um forte
conflito interior, o que geralmente produz obras mais densas e menos
comerciais.
As
Escolhas do Personagem
Devemos
retratar um personagem pelas suas contradições, escolhas e relações. Cada ação
escolhida, cada resposta dada pelo personagem é o que o definirá perante a
audiência. A vida nos apresenta a todo momento a oportunidade da escolha. Nossa
vida representa nossas escolhas, e com um personagem fictício acontece o mesmo.
A roupa de cada dia, a música a ser tocada em uma ocasião íntima, o que dizer
em um determinado momento, quais amigos escolher, qual profissão sonhar. A
audiência formará sua opinião em relação ao personagem de acordo com as
escolhas que ele fizer. Se a audiência se identificar e concordar
constantemente com as ações do personagem, a tendência é gostar deste
personagem, mesmo que na vida real não exista para o leitor/espectador a
possibilidade de realizar e imitar essas mesmas ações. É fundamental que o
personagem tenha escolhas difíceis ao longo da obra, caso contrário ele não
terá força dramática. São nas horas mais difíceis que conhecemos melhor cada
pessoa, e assim também deve ser em uma narrativa.
O Arco do
Personagem
As
escolhas feitas pelo personagem não são ações vazias. Elas devem também
provocar mudanças em sua personalidade ao longo da história. A narrativa é mais
eficiente quando o personagem que começou a história seja transformado pelas
suas ações. Chamamos as mudanças ocorridas com o personagem ao longo de uma
história de Arco do Personagem. Há uma forte identificação na audiência com
pessoas que mudam ao longo de suas vidas. Pode ser uma mudança visível ou uma
mudança sutil, mas ambas proporcionam o enriquecimento e o crescimento de um
personagem. Dimensões de um personagem Para construirmos um personagem
realista, também temos que entender o princípio das dimensões. Um personagem
com uma dimensão é um indivíduo que possui apenas um traço de personalidade.
Ele ou só é egoísta, ou só bom, ou só mal, ou só rancoroso, etc. Sempre preso
dentro de apenas um sentimento. Sua personalidade sendo a mesma dentro de
qualquer situação, com respostas automáticas e previsíveis. Os heróis e vilões
dos quadrinhos eram assim até Stan Lee e Jack Kirby revolucionarem o meio com
seus personagens problemáticos e humanos, começando com o Quarteto Fantástico. A
evolução de um personagem de uma dimensão é o personagem bi-dimensional, que
por possuir mais uma característica, geralmente contraditória, é um pouco mais
complexo. Um personagem pode ser ao mesmo tempo bondoso e super controlador, ou
um vilão maldoso e excelente pai de família, ou bonito mas extremamente tímido.
Não há um desenvolvimento muito grande, mas personagens bi-dimensionais dão a
ilusão de profundidade. Já os personagens de três dimensões são bem realistas
com várias contradições. Se você quer que o seu personagem principal tenha mais
complexidade e seja mais realista, faça-o tri-dimensional. Logicamente, nem
todos os personagens de uma história precisam ser tri-dimensionais. Os personagens
terciários raramente possuem mais do que uma dimensão e inclusive alguns
personagens secundários podem ter somente uma ou duas dimensões. Características
Físicas As características físicas precisam ser bem detalhadas no processo de
criação do personagem. É imprescindível que o caracter principal tenha uma
distinção visual destacada, ou seja, um físico, um rosto, um jeito de falar,
manias e comportamento diferenciado. Cada indivíduo é único e deve-se evitar a
qualquer custo basear um personagem importante de uma história em um
estereótipo. Estereótipos são para escritores preguiçosos e fracos, e sempre
diminuem a credibilidade de uma narrativa.
O
Antagonista
Tudo que
é válido no processo de criação dos personagens principais, também deve ser
utilizado para a criação do antagonista, o comumente chamado de
"vilão". Muitas vezes, o antagonista acaba se tornando o personagem
mais importante da história, e já é célebre o ditado de que o herói é tão bom
quanto o seu vilão. Assim como o personagem principal, o antagonista também
deve ter uma motivação convincente e deve ser extremamente difícil de ser
derrotado. Um dos principais problemas do herói Superman é a falta de bons
antagonistas, pois a excessiva força do personagem acaba dificultando processo
de criação dos seus inimigos, até para escritores experientes.
Conclusão:
Estabelecendo Laços entre o Público e o Personagem
O
objetivo principal na construção de um personagem deve ser o estabelecimento de
fortes laços entre ele e o público da obra. Se o personagem for um
"herói", o público deve torcer para ele. Se construirmos um vilão
eficiente, o público deve odiá-lo, ou como ocorre muitas vezes, também amá-lo. O
que queremos que a audiência sinta ao ver o personagem é empatia, e não
simpatia. Você pode achar algum personagem simpático mas não se importar e nem
torcer por ele. A empatia é muito mais forte. Existem várias formas de fazermos
com que o leitor/espectador sinta empatia por um personagem. Podemos fazer com
que ele sinta medo e dúvidas, ou seja, humanizá-lo. Podemos tornar o seu
objetivo algo praticamente impossível, constituindo uma causa nobre utópica.
Pode-se fazer com que o personagem sofra com a vida, mas nunca entregue os
pontos (o famoso underdog). Blake Snyder sintetiza muito bem esse princípio, ao
defender no início de uma obra uma cena de "Salvar o Gato" (Save the
Cat scene) - É a cena onde encontramos o herói e ele realiza uma ação
"agradável", daí o exemplo de salvar um gato na árvore, que define um
pouco do personagem e conquista a audiência. Um outro exemplo clássico
fornecido é o diálogo de cenas iniciais de Pulp Fiction entre John Travolta e
Samuel L. Jackson dentro do carro. O diálogo fala sobre nomes de sanduíches e
faz a audiência se identificar com personagens que são assassinos. Como essa
cena é mostrada antes dos personagens praticarem atos de matança, a audiência
já foi conquistada e eles não são vistos como simples bandidos, mas como
pessoas reais.
ANÁLISES DE UM PERSONAGEM (James
Scott Bell)
Analise seu Personagem Principal
• O
seu personagem é inesquecível? Cativante? Forte o suficiente para carregar o
leitor por todo o enredo? Um personagem principal tem que pular para fora da
página. O seu faz isso?
• O
seu personagem evita clichés? Ele é capaz de nos surpreender? O que é único nesse
personagem?
• O
objetivo do personagem é forte o suficiente?
• Como
o personagem evolui ao longo da história?
• Como
o personagem demonstra e mostra sua força interior?
Analise sua Oposição (Antagonista)
• A
oposição ao seu personagem é interessante?
• Ela
está bem desenvolvida, não sendo apenas algo a ser jogado como obstáculo?
• Ela
acredita (pelo menos em sua mente) na validade de suas ações?
• Ela
é realística?
• A
oposição é tão ou mais forte que o personagem principal? (Deve Ser)
Analise a relação entre a Oposição
e o Personagem Principal
• O
conflito entre a oposição e o personagem principal é crucial para ambos?
• Porque
eles simplesmente não desistem? Não se afastam? O que os prende? O que os liga?
Analise os Personagens Secundários
• Quais
são os objetivos deles no enredo?
• São
vibrantes e/ou interessantes?
PERGUNTAS PARA SEU PERSONAGEM
(Victoria Lynn Schmidt)
Faça também as seguintes perguntas
sobre seu personagem:
• Ele
é introvertido ou extrovertido?
•
Ele resolve os problemas usando instintos, pensamento lógico ou emoção? • Ele quer mudar o
mundo?
•
Onde ele vive? Descreva seu quarto.
•
Como ele se sente em relação a sua aparência?
•
Como ele se sente em relação sua família e filhos?
•
O que ele pensa sobre o casamento e o sexo oposto?
•
Quais são seus hobbies?
•
Quais são seus tipos de amigos?
•
O que ele acha engraçado e/ou prazeroso?
•
Como ele se sente em relação a sua sexualidade?
•
Ele precisa ter sempre o controle sobre o que há em sua volta?
•
O que outros personagens dizem sobre ele quando ele sai da sala?
•
Ele leva a vida a sério ou age como uma criança a maior parte do tempo?
•
Onde ele passa seus tempos vagos?
•
O que importa para o seu personagem?
•
O que o motiva?
•
Como os outros personagens o vêem?
•
Quais as três coisas que mais possuem valor? Seu modo de vida?
•
Um objeto?
•
De que ele tem medo?
•
Como ele agirá quando estiver com medo?
Bons estudos!
Classificação dos personagens por importância e
função na história
A força dramática de um enredo está na busca de
um personagem
por um desejo e nos conflitos que dificultam ou impedem que ele alcance
seu objetivo.
Portanto, ao caracterizar
o protagonista da sua história, você deve considerar a rede de relações e
oposições que ele forma com os outros personagens.
Considerando a sua importância e função na
narrativa, podemos classificar os personagens como:
Protagonista
É o personagem mais bem desenvolvido na história.
A experiência do protagonista é o foco da narrativa. É a partir da
perspectiva desse personagem sobre o conflito da história
que julgamos tudo o que acontece durante o enredo.
Co-protagonista
É o personagem que tem relação próxima com o
protagonista e o ajuda na busca de seu objetivo ou tem o mesmo objetivo que
ele. Co-protagonistas ajudam a complexificar e enriquecer a história,
permitindo que diferentes aspectos do tema
central sejam explorados.
Antagonista
É o personagem (que pode também ser um objeto,
animal, monstro, espírito, instituição, grupo social, limitação de ordem
física, psicológica, social ou cultural) que traz ou representa uma ameaça,
obstáculo, dificuldade ou impedimento ao que o protagonista deseja alcançar. O
objetivo do antagonista
é o oposto do protagonista.
Oponente
É o personagem que tem uma relação próxima com
o antagonista e compartilha, em algum nível, o mesmo desejo que ele.
Falso protagonista
É um personagem que é apresentado de forma a
induzir o leitor a acreditar que ele é o foco principal da trama para, na
sequência, revelar quem é o verdadeiro protagonista como uma dose de surpresa.
Coadjuvante
Personagem secundário que auxilia no
desenvolvimento da história.
Figurante
Personagem com papel ilustrativo, que não tem
relação com o enredo ou nenhum dos personagens. São usados apenas para compor
um cenário.
Em relação à existência dos personagens, podemos
classificá-los como:
Real ou histórico
Personagens que realmente existiram e que o autor
tenta reproduzir com certo grau de fidelidade.
Fictício ou ficcional
Personagens criados com base em pessoas reais,
estereótipos ou arquétipos, que vivem histórias que poderiam acontecer com
pessoas comuns.
Real-ficcional
Personagens que são reais, mas com personalidades
fictícias, à quem o autor atribui identidades diferentes que lhe são mais
convenientes para desenvolver o enredo.
Ficcional-ficcional
Personagens totalmente ficcionais, que tem
características físicas e/ou psicológicas só possíveis no contexto imaginativo
da ficção, comum nos gêneros de fantasia, terror e ficção científica.
Video 1:
Video 2:
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