Gêneros Orais – Língua
Portuguesa – 6º ano – Ensino Fundamental
Assim
como a escrita, a oralidade tem suas marcas e seus gêneros. Nessa aula, vamos
conhecer um pouco dos gêneros causo, relato oral e exposição oral.
Gêneros Orais
(profa. Vitória)
https://www.youtube.com/watch?v=TlhiU70W4Rg
Oralidade
Fazem parte da oralidade todas as práticas de linguagem que
envolvem a oralização dos discursos, isto é, a fala e a escuta. Ela pode ser o
centro das atividades ou o meio pelo qual ocorrem as interações e a construção
do conhecimento.
Nos anos iniciais, por exemplo, quando o aluno ainda não tem pleno
domínio da escrita, a oralização das práticas de leitura e escrita deve ganhar
papel de destaque. A oralidade está presente, por exemplo, nas leituras de
texto feitas pelo professor, que atua nos papeis de leitor e escriba, seja para
interpretar textos, seja para letrar e alfabetizar; deve estar presente também
nas leituras de texto feitas pelos alunos, nas quais vários aspectos ganham
importância, como entonação, observação dos sinais de pontuação, ritmos,
pausas, etc.
Além disso, a oralidade pode ser regularmente explorada em
pequenas discussões em torno de textos. Na obra Português: linguagens, por exemplo, a seção
“Trocando ideias” estimula os alunos a se posicionar a respeito do texto de
abertura do capítulo e, a partir dele, manifestar seu ponto de vista sobre um
tema, debater as divergências, negociar, relatar experiências que sirvam como
exemplo, etc.
A oralidade também pode estar presente nas situações de leitura
oral dos textos produzidos pelos alunos, bem como na realização dos projetos de
produção textual, nos quais os alunos, em diferentes situações, participam de
saraus, mostras, feiras e exposições, apresentando seus trabalhos ao público
visitante. Assim, expõem o que aprenderam, atuam em peças teatrais, cantam
cantigas de roda, declamam poemas, e assim por diante. Em nossa obra, isso
ocorre ao final das unidades, na seção chamada “Oficina de criação”.
Esse conjunto de atividades orais desempenha um papel fundamental
na interface leitura/escrita e, além de ser uma fonte de prazer e
ludicidade, é também um excelente meio de interação entre as crianças, de
trabalho colaborativo e de construção de valores.
Em anos posteriores, findo o processo de alfabetização, é evidente
que a oralização passa a ter uma função diferente. Contudo, muitas de suas
funções continuam, seja no âmbito do aprimoramento da leitura, seja no da
escuta.
Gêneros orais
O fato de uma criança ou um adolescente falar muito ou ter
desenvoltura para falar não garante necessariamente que ela tenha facilidade para
falar em todas as circunstâncias profissionais e sociais.
No mundo em que vivemos, a expressão oral tem sido cada vez mais
valorizada e, muitas vezes, é o critério decisivo para o sucesso profissional
de muitas pessoas. Contudo, em algumas situações, as práticas sociais de
linguagem são regradas e a escola pode desempenhar um importante papel no
sentido de criar vivências que permitam o conhecimento e a apropriação de falas
mais padronizadas. É o caso dos gêneros orais públicos, como
a discussão em grupo, a exposição oral, o seminário, a entrevista oral, o
debate regrado e muitos outros.
Esses gêneros possuem, além da estrutura, regras e procedimentos
próprios que, dependendo do gênero, podem ser a tomada de notas, a troca de
turnos (a vez de quem fala), o uso de equipamentos (gravadores, filmadoras,
projetores) e a apropriação de estruturas linguísticas específicas, como “eu
concordo”, “eu discordo”, “eu concordo em parte”, etc.
São muitos os gêneros orais públicos que podem ser trabalhados ao
longo da vida escolar do estudante. Na coleção Português: linguagens, apresentamos um trabalho
sistematizado com alguns gêneros orais desde o 1º ano, como a conversa
telefônica, o recado em secretária eletrônica, o diálogo no teatro de
fantoches, o poema, a trova e as cantigas orais. Nos volumes subsequentes, o
trabalho continua com gêneros como a discussão em grupo, a entrevista oral, o
debate regrado, até chegar a gêneros mais complexos, como o seminário, o debate
deliberativo, a mesa-redonda, etc.
Assim, convém que os professores reconheçam que trabalhar a
oralidade não é suficiente; da mesma forma, trabalhar apenas os gêneros orais
também pode ser insuficiente. O trabalho conjugado de oralidade com gêneros
orais públicos é que garante que o aluno não apenas se expresse bem ou
desenvolva uma boa leitura oral, mas também enfrente as diferentes situações
sociais em que é cobrado a se expressar oral e publicamente, fazendo uso
adequado dos gêneros orais públicos.
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